O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta 2ª feira (15.dez.2025) as companhias brasileiras por não priorizarem a compra de aviões da Embraer e afirmou que o Brasil deixa de criar empregos e tecnologia ao optar por empresas estrangeiras.
“Você sabe quem falta descobrir o avião no Brasil? Os brasileiros. As empresas que voam aqui no Brasil precisavam descobrir a Embraer”, disse Lula durante a inauguração da sede da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em Brasília.
Segundo o presidente, a escolha por modelos de fabricantes estrangeiros limita o potencial produtivo da indústria nacional. “Porque se a Embraer vendesse os aviões, que eles compram da Boeing, a Embraer poderia produzir o dobro de avião”, afirmou.
Lula ressaltou o bom desempenho da fabricante brasileira no mercado internacional –em especial na China e na Índia– e destacou que a empresa atende plenamente às necessidades do mercado doméstico.
“Os aviões da Embraer oferecem todas as exigências que nós precisamos para percorrer os 8 milhões e meio de quilômetros quadrados que nós temos”, declarou.
No mercado doméstico, apenas a GOL Linhas Aéreas não opera aeronaves do fabricante brasileiro.
A Azul Linhas Aéreas é hoje a empresa com maior número de aviões da Embraer em operação no país, enquanto a Latam Airlines iniciou recentemente a incorporação dos jatos da fabricante nacional à sua frota.
Em setembro, a Latam anunciou a compra de até 74 aeronaves do modelo E195-E2, sendo 24 pedidos firmes e 50 opções de compra. As primeiras entregas estão planejadas para o 2º semestre de 2026 e marcarão a estreia dos aviões da Embraer na frota do grupo, que hoje é composta majoritariamente por modelos da Airbus e da Boeing. Segundo a companhia, a escolha pelo E195-E2 está ligada à eficiência do modelo e à ampliação da conectividade em rotas regionais e domésticas na América do Sul.
A Azul, por sua vez, recebeu 18 aeronaves da família E2 desde 2019 e opera jatos da Embraer desde o início de suas atividades, em 2009. Os modelos são usados principalmente em rotas domésticas e regionais, com foco em eficiência operacional, menor consumo de combustível e redução de emissões de CO₂.
O governo federal tem defendido uma ampliação do uso de aeronaves produzidas no país. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), a meta é elevar a participação da Embraer na aviação comercial brasileira de cerca de 12% para mais de 20% até o fim do 3º mandato do presidente Lula.
Para efeito de comparação, ele citou que nos Estados Unidos 50% da frota é Boeing, e na França, 49% é Airbus.
De acordo com o ministro, a compra anunciada pela Latam deve elevar essa fatia para algo próximo de 18%, enquanto negociações seguem em curso com a GOL para a eventual inclusão de aviões da Embraer em sua frota.



Chatbots com IA estão sendo usados por crianças para falar sobre violência, explorar jogos de interpretação de papéis românticos ou sexuais e buscar consel