O Bitcoin (BTC) caiu abaixo de US$ 87 mil nesta madrugada de 17 de dezembro de 2025, negociado a aproximadamente US$ 86.988, com uma variação de +1,61% em 24 horas segundo dados da Binance. A queda reflete a volatilidade crescente nos mercados cripto, que enfrentam pressão de múltiplos fatores econômicos e geopolíticos.
A maior criptomoeda do mundo retestou níveis críticos após estabilização inicial nos mercados americanos. Analistas alertam para possível queda adicional abaixo de US$ 80 mil, especialmente considerando que o Bitcoin já tocou mínimas de US$ 74.400 em abril de 2025, após o anúncio das tarifas de Trump que abalaram os mercados financeiros globais.
A queda do Bitcoin não ocorre isoladamente. Os mercados financeiros globais enfrentam uma tempestade perfeita de incertezas. O Ibovespa despencou 2,42% em 16 de dezembro, fechando abaixo de 160 mil pontos, enquanto o dólar americano se fortalecia a R$ 5,46.
Dados de emprego dos EUA divulgados recentemente mostraram a criação de 64 mil vagas em novembro, acima das expectativas, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,6%. Essa leitura mista reforçou dúvidas sobre cortes rápidos de juros pelo Federal Reserve, mantendo as apostas de que a instituição pode postergar reduções de taxas por mais tempo.
A incerteza sobre a trajetória dos juros americanos tem impacto direto nos ativos de risco, incluindo criptomoedas. Investidores buscam refúgio em ativos de renda fixa, pressionando o preço de Bitcoin e outras moedas digitais.
As políticas de tarifas elevadas impostas pela administração Trump continuam a redesenhar as cadeias de suprimento globais e afetam a confiança dos investidores. Analistas apontam que essas medidas visam restaurar a hegemonia econômica dos EUA, mas geram incerteza sobre o comércio internacional.
O Brasil, como economia emergente, sofre pressão adicional. A indefinição sobre juros no Brasil e no exterior, combinada com pesquisas eleitorais e atas do Banco Central, contribui para a fuga de investimentos para ativos mais seguros.
O petróleo do Texas (WTI) atingiu seu menor preço desde 2021, caindo 2,29% em um único dia. A queda é resultado de múltiplos fatores: aumento acelerado da produção da OPEP+, criando excesso de oferta, e redução do prêmio de risco geopolítico devido a expectativas de negociações de paz na Ucrânia.
As sanções dos EUA à Venezuela também impactam o mercado de energia, reduzindo as exportações venezuelanas. Tensões entre Washington e Caracas, incluindo bloqueios a petroleiros, elevam a volatilidade nos mercados de commodities.
O Bitcoin está em rota para registrar seu quarto ano consecutivo de queda, influenciado pelas tarifas de Trump, incertezas econômicas globais e mudanças nas políticas monetárias. Apesar disso, instituições como JPMorgan continuam avançando no espaço cripto, sinalizando que o interesse institucional persiste mesmo em períodos de volatilidade.
Analistas monitoram níveis técnicos críticos. Se o Bitcoin cair abaixo de US$ 80 mil, pode haver pressão adicional para novos testes de mínimas anuais. Por outro lado, uma recuperação acima de US$ 90 mil poderia indicar estabilização e possível reversão de tendência.
Os próximos indicadores econômicos serão cruciais para determinar a direção dos mercados. Dados de inflação nos EUA, decisões do Federal Reserve e atas do Banco Central do Brasil terão grande influência sobre fluxos para ativos emergentes e criptomoedas.
A volatilidade deve persistir enquanto houver incerteza sobre políticas comerciais, trajetória de juros e tensões geopolíticas. Investidores devem monitorar de perto desenvolvimentos na Ucrânia, relações EUA-Venezuela e implementação de novas tarifas que possam afetar a confiança nos mercados globais.
O Bitcoin abaixo de US$ 87 mil reflete um cenário mais amplo de volatilidade nos mercados financeiros globais. A combinação de incertezas econômicas, políticas monetárias restritivas e tensões geopolíticas cria um ambiente desafiador para ativos de risco. Enquanto isso, a economia global continua em transição, com realinhamentos comerciais e mudanças nas relações internacionais que prometem impactar os mercados por meses.


